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terça-feira, 8 de maio de 2018

“O fim de uma era”: o português Felipe Oliveira Baptista deixa direcção criativa da Lacoste




O açoriano foi pioneiro ao tornar-se no designer português mais bem colocado na indústria da moda parisiense. A Lacoste anuncia que a próxima colecção será desenhada pelo estúdio da marca.

Depois de oito anos de trabalho, a Lacoste vai deixar de ter o designer de moda português Felipe Oliveira Baptista como seu director criativo. O anúncio foi feito esta quarta-feira pela Lacoste, a conhecida marca desportiva que quererá regressar precisamente a essa sua tradição – é o fim de um capítulo de uma história que tornou o açoriano Felipe Oliveira Baptista no mais bem colocado português na indústria da moda parisiense e, por isso, do mundo. Os motivos da saída não são detalhados pela marca.

Em Agosto de 2010, quando foi anunciado o seu nome como director criativo da marca do crocodilo, a Lacoste queria ser precisamente mais do que isso – mais do que uma linha de vestuário identificada pelos seus pólos coloridos com o seu logótipo inconfundível, queria uma “nova interpretação" dos seus valores. No mesmo ano, e nos seguintes em que as colecções de Felipe Oliveira Baptista para a marca fundada por René Lacoste agradavam à crítica e renovavam a imagem da marca, a moda portuguesa ainda não tinha nomes como Marta Marques e Paulo Almeida, os Marques’Almeida que vestem Rihanna, a dar cartas na cena internacional. Nem modelos como Luís Borges ou Sara Sampaio a serem o rosto de um dado momento do sector, rostos portugueses mas sempre internacionais.

A Lacoste de Felipe Oliveira Baptista apresentava-se, então, não em Paris mas em Nova Iorque, semana de moda mais comercial e ecléctica do que a artística e refinada congénere parisiense, mas nas últimas estações tinha-se já reinstalado na capital francesa. Durante o seu trabalho com a Lacoste, Oliveira Baptista suspendeu mesmo a sua marca em nome próprio em 2013, que apresentou durante muitos anos na capital francesa, na Semana de Alta-Costura e depois na Semana de Pronto-a-Vestir. A sua visibilidade foi simultânea com a realização da primeira exposição a ele dedicada em Portugal, em Outubro de 2012, no Museu do Design e da Moda (Mude), em Lisboa, à época a mais vista de sempre do museu.

Agora, Thierry Guibert, presidente da Lacoste desde 2015, enviou um comunicado em que acrescenta mais um nome ao frenesim de transferências do sector nos últimos meses, agradecendo ao açoriano por ter “escrito um capítulo-chave na história da Lacoste” e, segundo o jornal especializado norte-americano Women’s Wear Daily, frisando a vontade de voltar a focar a marca no seu lado desportivo. Este ano, a Lacoste cumpre o seu 85.º aniversário e Guibert tinha já admitido que teve de dar “um rumo claro” à marca quando chegou, considerando que a encontrou demasiado fashion e pouco desportiva. Nos últimos anos, as colaborações com outras marcas, como a Supreme, ou os embaixadores ligados à cultura popular como Lily Allen, marcaram a Lacoste.

Fonte: Público

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