A criação do vestuário de
alto luxo começou na França, um país de habilidosos e inventivos artesãos que,
ao longo do tempo, produziram objetos extraordinários e refinados, utilizando
materiais nobres e métodos de fabricação precisos, despertando o desejo pela
perfeição, pela beleza estética e pela exclusividade – entendida como algo que
é único, pouco acessível e que promove a distinção social.
A invenção da alta
costura – utilizando mão-de-obra artesã e demarcando a fronteira entre as
classes mais favorecidas e o resto da população –, é datada de meados do século
XIX, mas a sua origem remonta às vestes sumptuosas de reis e rainhas da Europa
medieval.
Historicamente, o luxo e
a riqueza do vestuário associados à história da França remetem ao século XVI,
quando o rei e a corte se instalaram em Paris, no Palácio do Louvre. Essa
mudança impulsionou os setores económicos urbanos, no sentido de atender a uma crescente
procura por produtos de luxo. E criou uma nova tendência doravante conhecida
como moda: a diversidade do corte, de tecidos e de cores foi crescentemente
valorizada pelas elites, de tal forma que não bastava ter apenas uma túnica,
mas uma diversidade e profusão de peças.
Nesse período, alfaiates,
costureiras, bordadores e tingidores alcançaram uma posição de destaque entre
os artífices de todas as áreas, pois eram responsáveis por traduzir em roupas,
por intermédio das suas habilidades, a pompa e o espetáculo da vida na corte,
bem como causar a melhor impressão possível dos nobres que as vestiam. Porém, a
formação de padrões de vida baseados na elegância e sofisticação foi redefinida
na França com a ascensão ao poder de Luís XIV, que governou entre 1643 e 1715),
valendo-se do “savoir faire” (“saber fazer”) francês para estabelecer o domínio
daquilo que viria ser conhecido como o rentável mercado do luxo, hoje
transformado numa poderosa indústria mundial. Na imagem, a representação do
casamento de Luís XIV, sendo visível a ostentação dos nobres através do
vestuário.
Obs. – Texto baseado num
trabalho académico de Dhora Costa, professora do Centro Universitário Belas
Artes de São Paulo (2013)
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